II – O Teste.
—Hope Eaton. – levantei a cabeça quando ouvi meu nome, levantei e fui andando para um corredor cheios de portas, fui
para a última porta e todos esperaram até que elas se abrissem.
Cinco minutos depois, as portas foram
abertas, nessa hora comecei a sentir muitas borboletas na barriga, minhas mãos
começaram a suar frio, meu corpo começou a tremer “O que é isso?”. Entrei na
sala, já que era só eu ali na porta, na sala tinha uma senhora loira muito
simpática da Erudição com um vestido azul marinho e um sapato não muito alto,
mais essa senhora não tinha um olhar arrogante como a maioria das pessoas da
Erudição, ela era diferente, tinha um sorriso tão simpático que me fez rir.
A sala é muito clara, com três paredes pintadas em branco claríssimo, com muitas
luzes no teto, que me
fizeram apertar os olhos um pouco, uma das
paredes da sala, que ficava
a minha esquerda tinha espelhos que cobriam do chão até o teto. No fundo da
sala, tinha uma cadeira reclinada que é muito
parecida com as de dentistas e algumas maquinas ao lado, fui até lá e me sentei
desengonçadamente na cadeira fria, onde
ela havia me indicado com os braços e olhei para a mulher que tinha um sorriso
doce no rosto.
―Olá, meu nome é Nora e eu vou aplicar o seu teste. – ela terminou de
falar e sorriu.
―Oi, eu sou Hope. – eu falei sorrindo,
“também com ela sorrindo a cada palavra, não tinha como ficar séria”.
―Lindo nome. Você está nervosa? – ela perguntou me olhando, mas rindo.
―Não... Não eu estou ótima. – falei,
tentando ser convincente mas não deu certo, eu gaguejei.
―Sei. – ela falou rindo, e se virou para
mexer nas máquinas ao lado, depois, ela se vira para mim e prende um eletrodo na minha
testa e vira de novo para pegar outro eletrodo e prender do outro lado da minha
testa.
―Ok. – ela coloca um eletrodo na
testa dela mesma, ela puxa
alguns fios em sua direção e liga-os a mim, a ela e à máquina ao meu lado. E me alcança
um frasco com líquido transparente. ―Beba isto,
querida. – ela diz.
―O que é isso? – perguntei com a minha boca seca, engoli em seco olhando para ela.
―Apenas beba, confie em mim. – ela disse,
sorrindo.
Expirei todo o ar dos meus pulmões e derramei o todo o líquido do frasco
em minha boca. E meus olhos ficaram pesados.
(...)
“Abri meus
olhos eu já não estava com Nora naquela sala. Mas
sim em um quarto pequeno, sujo com pingos caindo
de canos no telhados, tudo muito imundo, sujo,
emporcalhado e com ratos e baratas no chão.
Andei pelo
local com cuidado, com os bichos e o chão fazia
barulhos olhei, andei, olhei, andei mas nada,
nem janelas e muito menos porta.
“Olá, tem
alguém ai?" – gritei,mas nenhuma resposta,
só o barulho dos ratos correndo para um canto
cheio de entulho. “Oi, alguém pod...” – minha pergunta foi interrompida por um
coro de vozes femininas, muito parecidas coma minha.
“Escolha.”
Me virei para
ver de quem era voz e fiquei em choque com o que eu vi. Haviam cinco “eus” a que falou estava vestida com um terninho azul
marinho da Erudição e com óculos acompanhado de um sorriso arrogante no rosto.
E as outras “eus”, uma estava com as roupas da
Amizade com um sorriso tão largo que podia rasgar o rosto, mais eu estava
feliz. A terceira estava com as roupas da Franqueza,
calças social preta e camisa social branca e com um sorriso sincero. Já a outra
eu estava toda de preto dos pés a cabeça, com
tatuagens e um sorriso sacana. Mas o que me assustou foi a quinta “eu”, pelo fato que ela estava chorando, com os lhos inchados de chorar, ela estava com as roupas
cinzas desbotadas e com várias marcas roxas no
corpo, como as marcas que eu fico algumas vezes
quando o Marcus desconta a raiva em mim.
Eu fiquei em
pouco estática com todas elas, a última me deu um aperto no coração, é isso que vai ser eu no futuro. Eu fui interrompida
dos meus devaneios por uma voz chorosa.
“― Escolha.” – disse à “eu
da Abnegação”, limpando as lágrimas.
Eu olhei em
volta eu vi que de um lado havia um facão muito
afiado e do outro um prato com um enorme pedaço de carne.
“― Por quê?” – eu perguntei,
ainda olhando para ela eu tinhas marcas de espancamento “ela era eu”.
“― Escolha.” – respondeu a “eu da Audácia” que estava
séria.
“― Por quê, o que eu vou
fazer”? – eu questionei, olhando para elas e
depois olhei para o facão e depois para o pedaço de carne.
“― Escolha.” – ela grita,
e eu olhei para ela “eu da Erudição” que estava de
novo com o sorriso arrogante. Eu fiquei um tempo pensando, no eu ia fazer e o
que ia acontecer.
“― Certo, você quis
assim”. – ela falou com o rosto vermelho e eu olhei para a carne o facão e eles
desapareceram. Quando eu voltei meus olhos na direção que elas estavam, elas
também haviam sumidos. Fiquei sozinha de novo.
Ouço o barulho de uma porta rangendo “ué não tinha porta
aqui” me viro para ver quem é. Mas eu não vi uma pessoa, mas um cachorro grande e peludo rosnando para mim com
os dentes grandes e afiados. Um latido sai da sua boca e ele começa a vir em minha direção. “E agora o que eu faço?”
Tento correr, mas
ele chega a alguns metros de mim. Começo a andar para trás, mas eu tropeço em
meus próprios pés e caio no chão de cara para o cachorro latindo e já sinto meu
corpo tremer, meu coração acelerar e quase sair
pela boca, me encolhi em
um canto.
A cada latido, ele chegava bem perto e de repente ele começou a
latir muito, chegou bem perto de mim, dava para
sentir o cheiro pestilento do bafo dele. Fiquei estática, esperando ele me atacar, o ataque
não veio, ele parou de rosnar, eu senti o
cachorro fazendo carinho na mina mão com o focinho dele. Eu levantei meu rosto
para ver um cachorrinho indefeso com carinha de que caiu da mudança, fiz carinho nele enquanto ele chorava.
“― Nossa, que susto.” –
suspirei para ele e o abracei, enquanto ele
lambia a minha bochecha.
“― Cachorrinho.” – me viro e vejo uma menininha com os
braços esticados para o cachorro na minha frente que não tinha visto, mas
quando a viu ele começou a latir sem parar e
rosnar, naquele momento não via mais aquele
cachorrinho de segundos atrás que eu estava fazendo carinho.
Quando eu vi
que ele correu na direção dela latindo e rosnado, eu entrei em desespero,
saio correndo de trás dele. Quando tinha uma distância boa, nem pensei e pulei sobre o cachorro só que eu cai no
chão e eu estava sozinha de novo. Fechei os olhos na esperança de isso tudo
acabar só que quando eu os abri de novo. Eu estou no chão de um ônibus sozinha
com uma homem que está lendo um jornal, me levantei e caminhei em direção ao
homem, que agora estava com o jornal na frente
do rosto, mas suas mãos davam para ver, elas
tinham cicatrizes de queimaduras.
“― Você conhece este sujeito? –
ele pergunta, apontando para a foto do jornal. Que
tinha a manchete “Assassino Brutal é Finalmente Preso!” eu olhei bem para a
foto, era um jovem bonito, com olhos verdes e cabelos loiros e barba rala, tive a sensação
de que o conheço, mas eu não vou falar para o homem.
“― Não senhor.” – eu falei tranquila, mas ele me olhou com raiva nos olhos. Ele tinha
algumas cicatrizes espalhadas pelo rosto e um dos seus olhos tremia. – “Eu não faço a mínima ideia de quem é ele.” – eu
terminei e engoli a seco quando ele se levantou e se aproximou de mim.
“― Você está mentindo!” – ele fala aos
berros para mim, o que me fez sentir uma formiga, eu neguei com um aceno de cabeça, ele agarrou meus
pulsos e falou – “Eu posso ver em seus olhos que
você está mentindo.”.
“― Na... na... não estou!” – eu consegui
reunir forças para falar, com a voz tremula.
“― Se você o conhecesse
– diz ele com uma voz fraca e olha para baixo. – “Você poderia me salvar.
Poderia me salvar!”.”
(...)
Acordei em um salto, com as minhas mãos suadas meu rosto pingando suor. Eu estou
deitada na cadeira da sala do teste com Nora
olhando para mim com os olhos arregalados.
―Então, qual foi o resultado do teste? – eu perguntei, passando as mãos na calça e arrumando os meus
cabelos.
―Espere
um pouco. – ela disse, me olhando com a mesma
expressão e saiu.
(...)
Quando
ela voltou, mexeu na maquina e depois olhou para
mim.
―Qual foi
o resultado? – eu perguntei, olhando para ela.
―Hope,
seus resultados foram inconclusivos. – ela terminou,
me olhando preocupada.― Erudição, Audácia e Abnegação.
―O que?Três? Isso é possível? – eu perguntei, incrédula.
―Isso não
importa. – ela disse, me virando para uma porta
que eu não tinha reparado ali antes e me disse. ― Eu sei que é a sua decisão, mas você não pode ir para a Erudição ou Audácia. Vai
para Amizade. – Ela disse, abrindo a porta e me
empurrou, fechando a porta na minha cara.

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